domingo, 25 de março de 2012

SOBRE AS MULHERES, TELEVISÃO E OUTRAS MÍDIAS


Quero ver mulheres seminuas e completamente nuas.
Quero que elas desvalorizem cada vez mais a imagem feminina.
Quero ver as mulheres como objetos, como "coisas" que posso usar quando quiser e da forma que quiser.
Quero que elas me incentivem a ser agressivo, a ter “pegada”, saber abusar de uma “cachorra” e ter o que quero, sempre.
Quero bundas e seios siliconados, danças vulgares, roupas curtas, bronzeado que envelhece, marquinha de biquíni aparecendo, músicas que falem do quanto o sexo é fantástico com as mulheres Melancia, Pera e outras que nasceram na “Quitanda da Prostituição Brasileira”.
Quero as mulheres como bonecas infláveis nos programas de auditório, rebolando e mostrando tudo de bom que elas possuem, sonhando em se tornarem apresentadoras de programa infantil ou participarem das novelas da rede Globo.
Quero ver a "sister", que passa o dia inteiro com um cordãozinho tampando seu traseiro, acidentalmente deixar os seios à mostra na "Casa".
Quero assistir reportagens em que as mulheres reclamem que os homens estão “muito devagar” e que “piriguete” está no dicionário agora.
Quero ver um príncipe inglês sorrindo ao ver as nossas mulatas peladas, dançando como macaquinhas de circo, mostrando a nossa cultura excepcional, prova da nossa evolução de quinhentos anos.
Quero assistir desfiles de lingerie, em horário nobre, bebendo a minha cerveja “Devassa” e me deliciar com propagandas de outras cervejas, cheias de praia e mulheres gostosas, prontas para o “abate”.
Quero que minhas filhas e netas nunca sejam com as mulheres que eu desejo na TV.
Quero entender, por A+B que é falta de conhecimento técnico não saber que: garotas de programa, acompanhantes, dançarinas nuas e prostitutas são pessoas distintas, sendo que é puro delírio da minha parte não entender que vender o corpo só é fato consumado quando existe penetração vaginal.
Quero que homossexualidade e “viadagem” sejam as mesmas coisas, e que se eu disser que não suporto a segunda opção, serei homofóbico, porque “prezepada” é assegurada por Lei, mas a heterofobia é ignorada.
Quero que "Nossa, nossa, assim você me mata" seja a representação da música brasileira, sendo que todos cantam e dançam a exumação das piores inspirações musicais para compor.
Quero o Funk carioca como contexto cultural e representativo das classes mais baixas, sendo que elas não têm condições mentais suficientes para aprender algo melhor.
Quero ver fotos de gente morta nos sites "jornalísticos" da minha região, porque é isso que o povo gosta, por isso o povo recebe.
Quero que todas as modinhas, "musiquinhas", "dancinhas" e afins sejam cada vez mais fáceis de impregnar nas nossas mentes, porque basta ser bem ruim para ser suficientemente satisfatório para minha cabeça vazia.
Quero ouvir nas rádios sempre as mesmas músicas que "todos" gostam, porque todos gostam.
Quero prestigiar grupos musicais que cantem imbecilidades, demonstrando que para nós, os idiotas, qualquer coisa que cantem e dancem feito macacos, serão suficientes para a satisfação geral.
Quero que as pessoas se espantem quando “The Unforgiven” do Metallica, tocar no meu computador, sendo que se ou ouvisse bandas com nomes sugestivos como “Diskarada”, “Calcinha Preta”, “Kuarto de Empregada” e outras, eu não seria “anormal” e participaria das conversas empolgantes sobre como foi bom o show de final de semana.
Quero todo mundo fazendo formato de “coraçãozinho” com as mãos porque um idiota fez um dia.
E por fim, quero que minhas palavras sejam ignoradas ou refutadas por todos que não acham a atual “cultura brasileira”, um grande depósito de lixo, onde todos despejam suas imundícies sobre o sexo feminino, musicalidade, família e relacionamentos. Julgando as palavras “moral” e “bons costumes”, como algo ultrapassado, do tempo em que as mulheres eram proibidas de tudo, os pais podiam disciplinar seus filhos com um chinelo e educação era algo que se trazia de casa.

Por Alisson Leite de Andrade