domingo, 26 de setembro de 2010

Comunicação de Massa e a sociedade consumista

Comunicação, como o ato de comunicar-se, é o que torna possível a vida em sociedade; o intercâmbio entre as pessoas. É com ela que se faz uma realização comercial, por exemplo. Passa a ser propriamente dita, comunicação, quando se tem, essencialmente: emissor (quem emite a mensagem), mensagem (o que é emitido pelo emissor) e receptor (quem recebe a mensagem do emissor). A Comunicação Social, enquadra profissionalmente: Meios de Comunicação de Massa (Mass Media) e Comunicação Organizacional (Publicidade, Relações Públicas, etc).

O termo, Comunicação de Massa, surgiu após a Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos para classificar os veículos de comunicação destinados a um aglomerado gigantesco de indivíduos – rádio; TV; revista; jornais; e, atualmente, internet. Estrategicamente, a mídia começa então a fazer uso da retórica aristotélica a fim de persuadir a sociedade “recém capitalista” se deixar levar pelo bombardeio constante de informações. O objetivo, até então, é único e de fácil entendimento: interesse comercial pela alienação conjunta.
Com uma linguagem limitada, considerada por muitos teóricos como primária repetitiva e de aspecto pobre, rapidamente ganhou a simpatia dos proletariados que gozavam, e ainda gozam, de uma programação estabelecida pela mesmice do entretenimento alucinante consumista. Os programas noticiosos não interessam tanto quanto a novela que, por sua vez, permite o telespectador se imaginar, de forma agradável, no lugar do mocinho que luta para ficar com sua amada.
Assim, a Indústria Cultural, classificada por Adorno – sociólogo influente da Escola de Frankfurt, como a conversão da cultura como mercadoria, toma força com o surgimento da propaganda na TV e no Rádio e anúncios em jornais e revistas. A sociedade, então capitalista, passa a consumir aceleradamente com a idéia de estar adquirindo um status cultural – ideologia burguesa de acreditar na flexibilidade na pirâmide social com o auxílio dos bens materiais.
Se a humanidade pôde testemunhar um feito incrível e irreversível, esse feito com certeza foi o capitalismo. E se há uma perfeição sobrevivente na Terra, essa perfeição se chama Cultura de Massa. Foi ela que criou o ciclo infindável que movimenta a roda da fortuna das indústrias e dos meios de comunicação: a mass media seduz o homem a comprar um produto, fazendo assim ele trabalhar mais para poder pagar, chega em casa no fim do dia e, ao assistir a TV, é seduzido por um novo produto que ao adquirir o obriga a trabalhar ainda mais para poder pagar e assim vai [...]
Acreditar na anulação desse ciclo é o mesmo que entregar o próprio pescoço à forca como aposta do fim do capitalismo. É um sistema que interfere não só no âmbito social, mas no íntimo primitivo do ser humano, tanto do lado alienador (que busca acumulação de riquezas), quanto do lado alienado (que busca constantemente em quem/quê acreditar e suprir o vazio que possui dentro de si). É o desejo por desejos que são preenchidos pela idéia fixada nas nossas mentes, com uma linguagem simples, que só tomando posse de algum bem material teremos êxito de satisfação.

Aquela regra ortográfica

Começando por esclarecer, “regra” é uma ordem que, salvo às exceções, tem o objetivo de unificar e tornar as coisas organizadas. “Ortográfica”, que vem de ortografia, palavra derivada do grego, ORTO “correto” estrutura, base que sustenta (como ortopedia e ortodontista) e GRAFIA “escrita”, o passar para o papel, tornar legível por códigos particulares, como psicografia, telegrafia, tipografia e tantas outras grafias que nem sempre se leva ao gráfico. Portanto, a regra ortográfica nada mais é que uma ordem da estrutura das palavras escritas. Isso conclui que a pronúncia continua a mesma.

A Língua Portuguesa já passou por cinco renovações ortográficas, a primeira em 1911 e a última, até agora, em 1990. A IDEIA é fazer uma unificação nos nove países que possuem a língua como oficial e, aos poucos, acabar com as diferenças ortográficas que cada país possui.
Até aí tudo bem, as coisas continuam belas e as palavras certamente ganharam uma forma mais simples na escrita – até porque ninguém mudaria para algo pior. A nova geração de estudantes primários terá, e já está tendo, uma facilidade na aprendizagem em ler e escrever, até porque tenho certeza que ninguém se simpatiza com aqueles montantes de acentos, tremas, hífens (ou hífenes, como preferem alguns) e aquele tanto de exceções às regras que já confundia por si só.
Há quem diga que isso foi muito bom, que já pegou a lógica da coisa e que é filho de Heros – ou qualquer outro deus de origem mitológica romana, grega ou egípcia, e que, no mínimo, é um chato! Se há uma coisa que temos que concordar é que essa nova regra deu uma desestruturada na cabeça de muita gente e já não sabe onde se sentar porque, afinal de contas, tiraram ou não o acento de ônibus?
E assim, como ter que aprender que azul agora é COR DE ROSA, todo mundo fica regulando a mão ou os dedos – se for uma digitação, para não por o acento em IDEIA, para não por o trema em LINGUIÇA e saber diferenciar a FORMA da FORMA – entendeu?
No mundo acadêmico a exigência é muito maior, pois quem cursa um ensino superior faz parte da elite de uma sociedade com uma vivência cruel em níveis de ensino. É como na era vitoriana, quando a alta sociedade era submetida a tantas torturas de vestimentas: homens usando perucas e saltos e mulheres usando espartilhos e vestidos que pesavam até três vezes mais que a moçoila.
Mas não se desespere. Não há razão para arrancar os cabelos. Há disponibilidade de arquivos em PDF na web de guias práticos da nova ortografia, como, por exemplo, o

¹ Michaelis, e ainda ² softwares para baixar grátis, atualizando o seu programa de edição de textos.

¹ www.livrariamelhoramentos.com.br/Guia_Reforma_Ortografica_Melhoramentos.pdf

² http://www.baixaki.com.br/busca.asp?q=nova+ortografia&go=Buscar

Por: Daiane Leite - blogueira e acadêmica do curso de comunicação social com habilitação em jornalismo pela Fasb.

Empobreça com a Mega Sena

Talvez nem todos se lembrem do caso que envolveu um único ganhador da Mega Sena, no mês de julho de 2005. O caso foi manchete em vários meios de comunicação por todo o país. Um resumo de todo o acontecimento, seria mais ou menos o seguinte: Cidade do Rio Bonito, ano de 2005, René Senna, ex-lavrador e ex-açougueiro, ganha sozinho o prêmio de R$ 52 milhões da Mega Sena.
No início de 2006, René, então com 53 anos, se casa com a cabeleireira Adriana Almeida, de 28 anos, e em janeiro de 2007, ele é encontrado morto com quatro tiros, em frente ao bar que freqüentava.
Após várias prisões e julgamentos, outros dois acusados, que faziam a segurança da mansão que o casal morava, são condenados a 18 anos de prisão, Já a Adriana, consegue em 2008, um hábeas corpus do STJ com o argumento de que o processo estava atrasado.

Clique aqui e leia sobre o caso René Senna, completo

E esse mês, o apostadores cresceram os olhos para mais um acúmulo milionário da Mega Sena, uns apelam para Deus, outros para um pé de coelho, dedos cruzados etc.
Sempre ouvi dizer que dinheiro não traz felicidade, eu não sei. Agora, ninguém está preparado para ganhar mais de 60 milhões, de repente, principalmente se for um pobre lavrador ou do mesmo patamar social. A Mega-Sena, já é um absurdo, em vez de distribuir, concentra a renda. Porque não dar um milhão, para 60 pessoas?
Essa grana pode acabar caindo, como uma bomba, como foi em Rio Bonito. A súbita riqueza desestabilizou a economia e a tranqüilidade da população. Todos se sentiram mais pobres, e o sentimento geral, foi a inveja. “O que um pobre diabo como ele, ainda por cima, sem pernas, vai fazer com tanta grana?” (René havia amputado as pernas, antes de se tornar milionário, por problemas com a diabete).
Ele, coitado, fez o óbvio. Quis virar burguês; mansão, carrões, seguranças e mulher. Ele tentou copiar os deputados corruptos que ele via nas revistas, e tudo se transformou numa novela em que os figurantes, viraram os galãs. Ele era o “Dono do Mundo”, o “Sinhozinho Malta”, mas o papel principal, não cabia nele.
A amante, ex-cabeleireira, virou a “perua loira”, de óculos escuros, (como uma celebridade da revista Caras) com dois amantes. E o René, atrapalhava a festa.
Além disso, essa “riqueza trágica”, também é uma lição política. Não adiantam dar dinheiro, nem mega bolsas famílias, sem condições para o crescimento.
Essa história trágica nos fascina também, porque é uma caricatura grotesca, mas perfeita, da elite brasileira.


Por: Alisson Andrade - produtor, editor, cinegrafista, repórter e graduando do curso de comunicação social com habilitação em jornalismo pela FASB.

Uma jam com Grace Potter e Joe Satriani