CIBERCULTURA
Pierre Lévy
FICHAMENTO
PARTE I
O crescimento do ciberespaço resulta de um movimento internacional de jovens ávidos, para experimentar, coletivamente, formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem. Em segundo lugar, que estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação.
A verdadeira questão não é ser contra ou a favor, mas sim, reconhecer as mudanças qualitativas na ecologia dos signos, o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e cultural.
PARTE II
Tornou-se uma questão de dinheiro envolvendo os pesos pesados. O tempo dos ativistas e dos utopistas já terminou. Se você tentar explicar o desenvolvimento de novas formas de comunicação transversais, interativas e cooperativas, ouvirá como resposta um discurso sobre os ganhos fabulosos de Bill Gates, presidente da Microsoft. (...) O crescimento do ciberespaço servirá apenas para aumentas ainda mais o abismo entre os bem-nascidos e os excluídos, entre os países do Norte e as regiões pobres nas quais a maioria dos habitantes nem mesmo tem telefone.
Devo portanto enunciar aqui alguns argumentos sensatos. O fato de que o cinema ou a música também sejam indústrias e parte de um comércio não nos impede de apreciá-los, nem de falar deles em uma perspectiva cultural ou estética. O telefone gerou e continua a gerar verdadeiras fortunas para as companhias de telecomunicação. Isso não altera o fato de que as redes de telefonia permitem uma comunicação planetária e interativa.
Por isso não vejo por que a exploração econômica da Internet ou o fato de que atualmente nem todos têm acesso a ela constituiriam por si mesmos, uma condenação da cibercultura ou nos impediriam de pensá-la d qualquer forma de crítica.
Aliás, não são os pobres que se opõem à Internet – são aqueles cujas posições de poder, os privilégios (sobretudo os privilégios culturais) e os monopólios encontram-se ameaçados pela emergência dessa nova configuração de comunicação.
PARTE III
As telecomunicações são de fato responsáveis por estender de uma ponta à outra do mundo as possibilidades de contato amigável, de transações contratuais, de transmissões de saber, de trocas de conhecimentos, de descoberta pacífica das diferenças.
Uma das principais hipóteses deste livro é a de que a cibercultura expressa o surgimento de um novo universal, diferente das formas culturais que vieram antes dele no sentido de que ele se constrói sobre a indeterminação de um sentido global qualquer.
A nova universalidade não depende mais da auto-suficiência dos textos, de uma fixação e de uma independência das significações. Ela se constrói e se estende por meio da interconexão das mensagens entre si, por meio de sua vinculação permanente com as comunicações virtuais em criação, que lhe dão sentidos variados em uma renovação permanente.
Encontram-se fora do deste estudo as questões econômicas e industriais, os problemas relacionados ao emprego e as questões jurídicas. Enfatizamos a atitude geral, frente ao progresso das novas tecnologias, a virtualização da informação que se encontra em andamento e a mutação global da civilização que dela resulta. As novas formas artísticas, as transformações do saber, as questões relativas a educação e formação, os problemas da exclusão e da desigualdade.
PARTE IV
Apresento, portanto, de forma acessível aos não especialistas, conceitos como a digitalização da informação, os hipertextos e hipermídia, as simulações em computadores, as realidades virtuais, as grandes funções das redes interativas e particularmente as da Internet.
PARTE V
Por fim, o lado negativo da cibercultura, por meio dos conflitos e das críticas que sempre provoca... Conflitos de interesses e as lutas de poder que se desenrolam em torno do ciberespaço, as denúncias por vezes truculentas contra o virtual, as sérias questões da exclusão e da manutenção da diversidade cultural frente aos imperialismos políticos, econômicos ou midiáticos.
esqueceu de mencionar o número das páginas...
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