terça-feira, 8 de junho de 2010

Entendendo a política para entender os políticos. Parte I

Política como ciência

O termo política tem a sua origem na Grécia Antiga, quando ainda era organizada em cidades-estado denominadas pólis, surgindo assim palavras como politiké e politikós, política em geral e moradores das pólis, respectivamente. Assim do grego ao latim surgiu politicus que se popularizou pela Europa através do francês politique, a “ciência do governo dos Estados”. Logo, política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de Estados.

O primeiro a observar e a intitular a política como ciência foi o filósofo grego Aristóteles, tanto que escreveu uma bíblia composta por oito livros e a denominou de Política – acredita-se que foi escrito direcionado para Alexandre, o Grande. Na filosofia aristotélica a política é a ciência que tem por objeto a felicidade humana e divide-se em ética (felicidade individual do cidadão) e na política propriamente dita (felicidade coletiva dos Estados). O objetivo de Aristóteles com sua Política era justamente investigar as formas de governo e as instituições capazes de assegurar uma vida feliz ao cidadão. Por isso, a política situa-se no âmbito das ciências práticas, ou seja, as ciências que buscam o conhecimento como meio para ação.

Outro exemplo clássico de cientização é o livro Política methodice digesta, obra célebre com que Johannes Althusius, filósofo e teólogo calvinista, expôs a concepção da política como simbiótica - a arte de unir os homens entre si para estabelecerem uma vida social comum, cultivá-la e conservá-la, obrigando-se os consociados à comunicação mútua daquilo que é necessário para a vida social, tudo com bases saindo do ponto de vista do “sagrado” e do “profano”.

Já na época moderna, o termo perdeu seu significado original, substituído pouco a pouco por outras expressões como ciência do Estado, doutrina do Estado, ciência política, filosofia política, passando a ser comumente usado para indicar a atividade ou conjunto de atividades que, de alguma maneira, têm como termo de referência ao Estado e ao poder.

Por: Daiane Leite - acadêmica de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo e blogueira

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